sexta-feira, novembro 14, 2003

Os Verdadeiros Durões

A estrada deixa para trás o Koweit. A caminho de Bassorá a coluna de 3 jipes conduz os jornalistas portugueses ao encontro dos militares. Os tais que enquanto se ambientam aos rigores do clima é à situação já avisavam que os repórteres estavam por sua conta e risco. Os kilómetros somados no painel de bordo do todo-o-terreno ainda eram poucos quando o carro em que a TVI seguia acelera para fugir a um carro perseguidor. Alertados pelos gestos, os homens da RTP seguem no encalce. Dentro do Jipe da SIC a mensagem não terá sido completamente clara... apenas o suficiente para que no meio da confusão 3 jornalistas caíssem numa emboscada... o lado mais imprevisível de uma guerra que já não o é... ou não devia ser...
A Maria João Ruela sería baleada... o Rui do Ó... com aquele misto de sorte e experiência ficou ileso para logo contar a história. Aguenta amigo! Com eles estava também o Carlos Raleira... nome conhecido do éter, presença obrigatória na antena da TSF. Desapareceu sem deixar rasto... Mas de certeza que ainda regressa para dizer o que viu...
O país deve agradecer a estes 3 e aos outros que lá estão, por darem a vida para informar. Devem apoiar incondicionalmente os homens da GNR pela missão para que foram empurrados. Devem perguntar a quem manda qual é o preço a pagar por tudo isto. Admitir os erros é ter carácter. Insistir neles... é falta de... sei lá... só me ocorre um vegetal vermelho que não será a expressão mais correcta.
Tudo isto lembra... pela memória dos documentos... uma guerra do Vietname com final pouco feliz. Neste momento até os norte-americanos começam a recuar...
Mas há um durão que continua firme e hirto.
Até quando?

Rui Pedro Reis

Armas e Rosas

Isto anda uma balda. Quase duas semanas de ausência já não têm desculpa na quantidade de trabalho. Esse blá blá já era.
Por esta altura já o mundo inteiro sabe que os Guns'N'Roses vão estar no Rock in Rio Lisboa. Quer se queira, quer não, os Guns são um argumento de peso. Vêm a Portugal com uma missão: fazer esquecer o concerto de Alvalade em 91. O estádio já nem existe... o que dá uma ajuda. Quem os viu há 2 anos no Rock in Rio III garante que é um espectáculo do melhor. Tive a oportunidade de falar com o Zé Pedro dos Xutos, que esteve no Rock in Rio II. Assistiu à primeira presença dos Guns no festival (sim, Lisboa vai ser a 3ª). O estádio, diz ele, quase caía. Mesmo sem o Slash, os Guns são feitos à medida de uma festa como o Rock in Rio... Nem interessa que a maioria dos sucessos já tenha mais de uma década... o rigor obriga a que se diga que já estão próximos das duas décadas.
Por estes dias nas Universidades fala-se do projecto social do Rock in Rio Lisboa. Uma boa oportunidade para perceber o que está por trás deste Mega-festival.
No Parque da bela vista as movimentações são pacatas e silenciosas, mas a verdade é que por lá têm passado muitos técnicos que vão transformar o espaço num sítio de diversão, cheio de luz e som.
Por mim, não quero prometer... mas vou tentar que as próximas novidades não demorem tanto a chegar à tribo. A propósito. Será que vamos ter Tribalistas no Rock in Rio? Quem quer começar o abaixo assinado?

Rui Pedro Reis

segunda-feira, novembro 03, 2003

Agenda!!!!!

Falta pouco para sabermos mais um nome do cartaz do Rock in Rio Lisboa!!!!!
Faltam 6 meses e 26 dias

O Rock in Rio Lisboa já mexe. Para além da música, o projecto quer doar 1 milhão de Euros à Childreach, uma instituição internacional de apoio a crianças carenciadas. 250 mil Euros já foram entregues, o resto, 5 por cento da receita de bilheteira, será entregue depois do espectáculo. Além da Childreach, Roberto Medina, o homem que idealizou o Rock in Rio, espera ainda dar apoio financeiro a instituições portuguesas.
Na quarta-feira aconteceu o primeiro evento Rock in Rio Lisboa... a festa de apresentação. 700 convidados estiveram no Coliseu dos recreios para conhecer melhor o projecto e para ver e ouvir Ivete Sangalo, a primeira cabeça de cartaz confirmada para o Festival. Ouvimos também Thierry Robin, francês com influências do Magreb que vai estar na Tenda Raízes.
Entre 29 de Maio e 6 de Junho, o Parque da Bela Vista em Lisboa recebe o Rock in Rio. A música estará dividida em 4 espaços: Palco Mundo, Tenda Raízes, Tenda Electro e Tenda Mundo Melhor. Vai haver ainda restaurantes, lojas e muitas surpresas.
O início do Festival vai contar muito possivelmente com um músico brasileiro e um português. Simbólicos vão ser os 3 minutos de silêncio, onde todas as tv's e rádios se vão calar.
O primeiro Rock in Rio Europeu deverá atrair 500 mil espectadores no local e muitos milhões através da televisão em todo o mundo.
A tribo vai estar reunida em Lisboa. Aqui podem ter sempre as últimas novidades sobre o Rock in Rio

Rui Pedro Reis

quinta-feira, outubro 23, 2003

Preparem-se!

Vem aí o Rock in Rio Lisboa. Eu Vou!
Deixa

Acabo de ouvir pela primeira vez o álbum de estreia de Cibelle. A pacatez da noite e a ausência de auscultadores impediram-me de fazer uma escuta mais atenta. A verdade é que esta brasileira se movimenta bem por águas complicadas. As águas onde nos habituámos a ouvir, por exemplo, Adriana Calcanhoto. Há muita electrónica no som de Cibelle. As letras dividem-se entre o brasileiro e o Inglês. Como me disse ainda outro dia o Arnaldo Antunes na entrevista com os Tribalistas, “a produção musical brasileira é muito intensa”. É mesmo assim. Há sempre qualquer coisa para descobrir.
Só mais uma nota... Já está aí essa pérola chamada “Vinicius 90 anos”. É um cd duplo a lembrar que esse gigante faz agora essa respeitável idade. Digo faz porque o Vinicius não morre. E não é lugar comum. São demasiadas as vozes que o eternizam. Obrigatório!

segunda-feira, outubro 20, 2003

Entretenimento Puro

Construir um Ídolo não é fácil. O mercado da Pop exige trabalho. A um ídolo não basta saber cantar. Às vezes, nem é o mais importante. Tem de ser uma combinação de capacidades vocais, personalidade, presença em palco. Em resumo… é preciso muito talento. Na Pop deste início de século o ídolo por excelência chama-se Robbie Williams. O primeiro de dois concertos no Pavilhão Atlântico, em Lisboa é a prova disso mesmo. O músico britânico promete o maior espectáculo do mundo e cumpre o prometido. A entrada em palco é apoteótica… na linha do que se ouve no CD “Live Summer 2003”. Daí para a frente Robbie Williams dá uma lição de palco… em permanente interacção com o público… enquanto percorre uma carreira que faz esquecer os primeiros anos com os Take That. A arrogância inata fica de parte, depois de baixar as calças para delírio das Teenagers “inconcientes”. Robbie mostra-se encantado com o público português e parece ser sincero. Dá uma descasca ao manager por nunca antes ter vindo a Portugal. O próprio pede desculpa e o concerto segue em frente. Mas o momento alto do espectáculo acontece quando Robbie torna um concerto com 16.500 espectadores num recanto intimista. Em “She’s The One” Robbie escolhe um casal na primeira fila e fala com eles. Pergunta-lhes o nome… o Luis e a Ana respondem timidamente. Os ecrãs gigantes revelam o sorriso e a timidez de quem está perante os olhos do mundo, pelo menos daquele. Robbie insiste. Tenta pô-los mais à vontade… mas é difícil. Em meia duzia de minutos Robbie selava um namoro de seis meses e deixava os mais relutantes completamente rendidos. Mesmo quem não costuma aplaudir de pé… deu força às canetas. Quanto ao Luís e à Ana ficaram juntinhos com um blrilhozinho nos olhos. A minha veia jornalística faz com que gostasse de os conhecer. Se um dia derem de caras com este texto… entrem em contacto… contem como foi. Espectáculo continuou rumo aos temas mais em voga. Feel deu um sentimento de união. Mas sería Angles a fechar o concerto. Toda a gente cantou ou gritou consoante a capacidade das cordas vocais. Para o fim… um brinde. Já extra-alinhamento (mesmo) Robbie decide chamar os músicos e repetir a dose. .. enquanto sublinhava que nunca tinha feito aquilo mas tinha adorado cantar o Angels em Lisboa.
O músico cumpriu. O público português também. Ficou toda a gente convencida. Até as teenagers “inconcientes” que me calharam ao lado e que nem devem ter ouvido nada. Saltavam sempre naquele ritmo “escuta” enervante. Foram para casa como tinham ido para o atlântico. Histéricas.

Rui Pedro Reis

sexta-feira, outubro 17, 2003

Reaxs
A partir de hoje já podem deixar os vossos comentários! Façam Favor...

quarta-feira, outubro 15, 2003

Blogar
A Rita acaba de me passar um "raspanete" e com alguma razão. Estou um baldas. Mais por falta de tempo do que de conteudos tenho andado ausente.
Entretanto, a reportagem dos Tribalistas foi para o ar na SIC Notícias. Aliás, ainda está no ar por estes dias. Quem não viu, é aproveitar que vale a pena.
Desde ontem que estou indeciso se continuo nesta coisa do jornalismo, se abro uma Agência de Viagens especializada em excursões a Bragança. Era um sucesso. Repararam no ar despreocupado do governador civil lá da terra. O senhor já anda a fazer contas à vida. Ele é ingleses, holandeses, suecos... até japonêses. Vão ver...
E tudo por culpa das mães. Se aquelas "esposas" não tivessem feito escândalo ninguém sabia que em Bragança também há a oferta que prolifera no resto do país. O artigo da Time tem uma escrita apetitosa... traça um retrato pitoresco da coisa. A única alternativa das "mães" é comprar uma lingerie a preceito e uma edição revista e actualizada do Kama Sutra ou, para quem não goste de literatura pesada, uma qualquer edição da Maria. Pode ser que dê ideias.
De uma forma ou de outra Bragança entrou no mapa e está assinalada a vermelho. O que me faz lembrar que daqui uma semana a cor rubra vai dominar na inauguração da nova catedral. Grande momento.
Outro grande momento foi a conquista do sexto título mundial de Fórmula 1 pelo Michael Schumacher. Foi uma corrida de nervos, com o alemão a pisar o risco por várias vezes. A vitória foi à justa, ou pelo menos pareceu. Bastava 1 ponto e foi isso que Schumacher arrecadou no Japão. O Schumi vai continuar a dar alegrias aos Tiffosi... e quanto ao Raikonnen... ainda tem muito tempo. Em princípio ainda temos Schumacher até 2006. Espero que sim. Este fim-de-semana tive outra vitória. O meu pestinha também celebrou o título... já grita Ferrari!!!!!

sexta-feira, outubro 10, 2003

Semana em Branco
Uma agenda preenchida e alguma preguiça à mistura deixaram-me ausente do Blog por uma semana. Desci da montanha e mergulhei no Tribalismo. A culpa, de facto, foi da Tribo. Estive a preparar a reportagem dos Tribalistas que já roda na SIC Notícias e que alguma modéstia me impede de recomendar. Deixo isso para os outros. Mas espero que o façam. Os tribalistas são daqueles que me fazem redescobrir a magia da música. Têm alguma coisa de especial. Alguma coisa que leva um pingente de 18 meses a tentar cantar o Já Sei Namorar e a identificar a capa do CD.
Do alto da montanha percebi o valor da amizade. O valor de um abraço, de um sorriso, de um telefonema ou, apenas, de um sms. É curioso que com tantos meios de comunicação, as pessoas estejam cada vez mais afastadas umas das outras. Ando a lutar contra isso, mas remar contra a maré é complicado.
Às vezes penso que esta geração é estranha e que os nosso pais não eram assim. O meu, por exemplo, nunca esteve até às duas da manhã a jogar Playstation. Quanto muito, jogava sueca. Ora, não é a mesma coisa. Também não havia consolas. Mas será que tenho um fusível a menos? Já não é a primeira vez que sou acusado de passar demasiado tempo às voltas no GT3. Não percebo... pelo menos não é poluente. Já álguem pensou nisso? E agora? Argumentos? Ah, pois é... E faz-se exercício...
É como ir ao Outlet... que poderia ser um sucesso como jogo PS2 para o público feminino. Título: Outlet Temptation. Descrição do Jogo: Entra na loja certa e faz compras. As compras certas dão pontos, sempre que começares a abusar perdes pontuação. Cuidado com o tempo... se apanhas uma molha entre lojas... Game Over.
Será que é muito diferente? A industria dos jogos é hoje um mercado de dimensão comparável ao do cinema, só que ninguém liga porque é coisa de malucos.
Este fim-de-semana vou dar no GT3... e vou agarrar em 3 amigos e andar de Kart. Vai ser em grande!
Espero que para a semana tenha alguma coisa de jeito para escrever. Hoje deu-me para aqui!

Rui Pedro Reis

sexta-feira, outubro 03, 2003

Rumo à  Montanha

Por dois dias desligam-se os blogs e os outros urls que me mantêm preso à  rede. Por dois dias desligo do universo de links e trocas de dados. É um exercício interessante. Continuo atento ao sinal que do satélite me traz o mundo para a caixa na ilusão de que o mundo encaixa nos meus dias. O acordar tem a cor dos dias sem estação, também eles intemporais. A montanha pode parecer parada no tempo, mas o pássaro gigante que se esconde para lá da encosta revela que o tão afamado progresso também já¡ lá chegou. Mesmo assim reaprende-se a respirar, um ar puro que me traz ao pensamento que lá estás... que estás sempre ao meu lado. As memórias são um dos consolos da Tribo. O conforto dos tempos que teimam em não regressar... Não descolo do éter. Como se do éter viesse a voz... a voz que deixei de ouvir de repente, sem aviso. Estarei surdo? Será que o rumo dos encontros e desencontros leva inevitavelmente a caminhos diferentes, que nunca pensámos percorrer? Porque será que há perguntas que teimam em não ter resposta. E se o ar já não for tão puro? Afinal, não devemos procurar a reposta para tudo? Talvez não... Há coisas que acontecem porque tem de ser. Os desencontros levam sempre a novas revelações... a novos encontros nem que seja com o nosso Eu. O caminho, inevitável, está traçado. Não vale a pena fugir. Fim da emissão... por hoje. Na montanha, pelo menos, estou mais perto!

Rui Pedro Reis

quinta-feira, outubro 02, 2003

A semana voa e a voracidade do tempo deixou as palavras presas. O mais natural seria que à  falta de melhor assunto me pusesse para aqui a fazer considerações sobre o tempo. Mas o quadro de miséria é tal que me abstenho de quaisquer comentários.
A verdade é que a blogmania pegou... mas ainda há quem não saiba o que isto é... É assim com tudo. Provavelmente as futuras gerações vão olhar para os blogs como uma forma arcaica de comunicação. Ainda hoje li algures que dentro em breve o rato e o teclado, como estes que estou a utilizar, tornar-se-ão obsoletos. Será tudo comandado pela voz. Só espero que dê para sussurrar. Imaginem a caldeirada num cyber-café. Então se for em Espanha...
Ainda os Blogs... Aqui ao lado estão alguns dos meus preferidos. O A Leste do Paraí­so... por razões óbvias...
O No Parapeito não é só um campeão de acessos ( se fosse tv sería campeão de audiências. É a visão bonita e sensí­vel do mundo... de alguém que partilha o espaço onde preencho os meus dias. Uma revelação das coisas simples da vida. As que fazem rir ou chorar. Continua Rita.
O que os blogs têm de melhor, pelo menos para mim, é fazerem-nos bem à alma. Poem-nos a escrever a outro ritmo, longe da pressão da escrita diária... o que nos vem à  cabeça... o que nos toca... o que nos apetece. Sem tempo ou espaço limite... sem ter de cumprir metas. No fim o suspiro, se houver, tem a força de um ponto final, ou de um ponto de exclamação... ou mesmo de um ponto de interrogação. Porque o fim afinal não passa de um até amanhã ou, pelo menos, até breve.

Rui Pedro Reis

segunda-feira, setembro 29, 2003

O Schumy ganhou em Indianápolis !!!!!
A Tribo dos Stones

Isto hoje já está melhor. No fim-de-semana houve tempo para tudo menos para dormir. Foi em grande. Ainda bem que o novo estádio de Coimbra não foi inaugurado com as costumeiras misérias do futebol português. Quem lá esteve na noite de Sábado assistiu a um dos melhores concertos de sempre. Os Stones são considerados a maior banda Rock do mundo. Quem discorda que encontre alternativas!
Antes passaram pelo palco os Xutos. Cumpriram, sem revelar um provável nervosismo pelo enquadramento. Não pela multidão que a essa já estão habituados. Depois foi tempo de sentir pena dos Primal Scream. Tocaram perante uma plateia congelada. Um quadro de miséria. Para quem conhece os Primal, nem estavam mal. Fizeram o que lhes competia, com um som fraco... para que o áudio da banda principal pareça ainda melhor. O mundo do Rock tem coisas cruéis.
Mas os minutos passaram e com 25 minutos de atraso os Rolling Stones subiram ao palco com a mesma energia que tinham há 20 ou 30 anos, mas com um estatuto de super-estrelas. Mas em palco estava um grupo que, passados estes anos se dá ao público por inteiro. Para quem viu as imagens possíveis na SIC, o palco tinha uma passadeira estreita que rompia pelo “relvado” e dava acesso a um pequeno palco, mais ou menos no centro do estádio. E sempre que usavam a passadeira os Stones dividiam-se entre saltos e correrias e apertos de mão aos fãs, que deliravam. Tanta mãozinha por lavar...
Não é fácil resumir 40 anos de carreira em 2 horas. No alinhamento faltam vários clássicos, mas o que se escuta é do melhor que os Stones fizeram. Talvez por isso, o grupo ensaio para esta tourné nada menos que 120 canções. Talvez por isso, o alinhamento muda consoante o espaço e o país onde estão a tocar.
O palco que a banda arrasta é um concentrado de tecnologia. São 60 camiões TIR para criar o melhor som e imagem. O início do espectáculo, ao contrário do que seria de esperar, não tem grande encenação. Nem há ecrã gigante, o que nas bancadas deixou os mais míopes em fúria. Depois, o ecrã lá nasce ao terceiro tema, uma espécie de VIDI por elementos, cujo nome desconheço, mas que vale uma pequena fortuna. Dividido em 4 no princípio, a mostrar os 4 históricos, depois foi assumindo diferentes posições e enquadramentos. Muito bom. Da música propriamente dita é melhor não falar muito, senão fico aqui o dia todo. O momento alto do espectáculo acontece com a banda no palco pequeno e o principal completamente às escuras. Sem grande tecnologia, só a amplificação, o grupo arranca para 3 temas “à moda antiga”. O primeiro só podia ser “It’s Only Rock’n’Roll!”. Foi uma recriação de um concerto histórico dos Rolling Stones, na Wembley Arena, em finais da década de 60. Valeu, principalmente para os espectadores contemporâneos.
Duas horas e pouco depois os Stones foram embora. Quem veio de fora de Coimbra teve de esperar sentado, no carro. É que a cidade provou não estar preparada para um grande evento. As entradas e saídas ficaram completamente bloqueadas. Houve boa vontade mas não chegou. A mim valeu-me a ajuda de alguns amigos e uma boa dose de intuição. Escapei ao caos, mas foi por um triz. No regresso, pelo caminho, dei comigo a pensar como vai ser no Euro 2004. E Coimbra está longe de ser um caso isolado.
Mesmo assim, até quem só chegou a Lisboa ao nascer do sol continuava a dizer que valeu a pena.
A World Licks Tour tem qualquer coisa de despedida, embora dos Stones tudo seja de esperar. Seja como for é o fim de um ciclo. Está a terminar a tourné. Hoje tocam em Saragoça. Os Rolling Stones saem mais uma vez renovados. Conquistaram novos fãs, alguns com menos 30 anos que o grupo. A tribo dos Stones continua a crescer. Se vão continuar nómadas ou assentar arraiais só eles sabem.

domingo, setembro 28, 2003

It´s Only Rock'n'Roll
O sono e a letargia impedem-me de ser mais emotivo. Ontem optei por rumar a Coimbra. Felizes os que, como eu, puderam ver Mick Jagger e seus pares com 60 anos, mas com a energia dos 20. O espectáculo mostra tudo o que o Rock tem de melhor. Grande som... um mega concerto onde a palavra mega toma novos contornos. Quem me dera estar mais acordado para escrever o que vi. Porque vi a maior banda Rock do mundo. Os tais que já têm sucesso para dar e vender, mas continuam a dar o máximo. A quem por lá passou fica o repto. Digam o que viram...! Foi mesmo. Uma banda dedicada... Em plena interacção com o público. Foi muito bom. Amanhã, se me lembrar, conto mais pormenores...

sábado, setembro 27, 2003

Ídolos

Parece que o tempo está a mudar. Logo num dia marcado pela descentralização musical. O melhor mesmo é começar a pensar nas alternativas que se avizinham. A 19 e 20 de Outubro Lisboa é palco de 2 grandes concertos. Goste-se ou não de Robbie Williams a verdade é que o espectáculo é um grande exemplo de entertenimento. Ele é arrogante, canta bem... e os temas entram facilmente no ouvido. É aquilo que o juri do Ídolos procura, talvez com menos arrogância, mas com a mesma dose de talento. Está visto que não é fácil.
Para quem ainda não está convencido, o melhor é ouvir o disco que sai esta segunda-feira. Robbie William Live Summer 2003 foi gravado em Knebworth, na Gra-Bretanha. O que se vai passar no Pavilhão Atlântico vai ser mais ou menos a mesma coisa. Serve como tira teimas... uns ficam convencidos, outros desistem da ideia.
Talvez por ser Sábado estou sem paciência para escrever. Talvez seja por estar no dilema se rumo a Coimbra, se fico em casa feito nostálgico de copo na mão a ouvir o Forty Licks. Se me ponho a caminho, arrisco-me a apanhar uma molha, sendo que pelo menos o concerto não é uma banhada. Se fico em casa, o mais provável é levar uma seca. Entre a molha e a seca, a virtude está no meio. O que, levado à letra, quer dizer que ainda vou até Leiria. Mas lá é que não acontece nada... por isso... a teoria cai por terra.
A tribo parece estar a rumar ao centro. Não o geodésico, que esse está mais para leste, e até devia ser ponto de paragem obrigatório. É uma espécie de prumo magnético deste rectângulo em que vivemos. Um dia talvez explique o fascínio. Outro marco geodésico, mas do rock são aqueles sexagenários. Os Rolling Stones podem estar a dar as últimas, mas não parece.

Rui Pedro Reis

sexta-feira, setembro 26, 2003

"Telenovelas"

Ainda bem que as "telenovelas" servem para alguma coisa. 10 meses depois de estar à venda, Portugal descobriu um cd chamado Tribalistas. O tribalismo, dizem eles, é um anti-movimento... gosto disso. Eles são a Marisa Monte, o Arnaldo Antunes e o Carlinhos Brown.
Quando ouvi o cd pela primeira vez, em Novembro, disse para mim que o Tribalistas era um dos melhores álbuns da música brasileira da última década. Apressei-me a falar deles e fiz uma peça para a Música do Mundo. As playlists das rádios mantiveram-se mais ou menos autistas. Eu, assumidamente, já fazia parte da tribo. Não era o único, claro, mas eramos poucos. Todos estes meses depois uma novela da Globo que a SIC transmite em prime time, usa na banda sonora um tema (muito bom) chamado Velha Infância. É dos tais Tribalistas que de repente já todos conhecem e adoram. Mulheres Apaixonadas, deixou portugal perdido de amores. Tribalistas tem mais de 100 mil discos vendidos, é nº 1 de vendas há 12 semanas. No Brasil vendeu 1 milhão de cópias. Até em Itália são um mega sucesso com o Já Sei Namorar, imaginem os italianos a cantar...
Tudo isto para dizer que estive com os Tribalistas em Paris. É verdade, roam-se de inveja. Não me agrada, nunca agradou, aquela onda do crítico que não acha piada a ninguém. Eles são fantásticos. Humildes. Três poços de talento. Conhecem-se como irmãos. Falam com a simplicidade de quem faz música em estado puro. Dá gosto. Depois da conversa passei a conhecer os temas de outra forma. Um dia destes, podem ver o resultado na SIC Notícias. Mas ainda falta. É o género de peça que tem de ser feita ao sabor do tempo, construída como a música e a conversa à volta dela. Sem pressas.
Portugal ainda apanhou o combóio... descobriu os tribalistas... e a onda alastra ao resto do mundo. A tribo está cada vez maior...

Rui Pedro Reis
Bom dia comunidade!
Bem vindos ao Tribalismo. Estejam à vontade. Digam de vossa justiça.