sexta-feira, outubro 03, 2003

Rumo à  Montanha

Por dois dias desligam-se os blogs e os outros urls que me mantêm preso à  rede. Por dois dias desligo do universo de links e trocas de dados. É um exercício interessante. Continuo atento ao sinal que do satélite me traz o mundo para a caixa na ilusão de que o mundo encaixa nos meus dias. O acordar tem a cor dos dias sem estação, também eles intemporais. A montanha pode parecer parada no tempo, mas o pássaro gigante que se esconde para lá da encosta revela que o tão afamado progresso também já¡ lá chegou. Mesmo assim reaprende-se a respirar, um ar puro que me traz ao pensamento que lá estás... que estás sempre ao meu lado. As memórias são um dos consolos da Tribo. O conforto dos tempos que teimam em não regressar... Não descolo do éter. Como se do éter viesse a voz... a voz que deixei de ouvir de repente, sem aviso. Estarei surdo? Será que o rumo dos encontros e desencontros leva inevitavelmente a caminhos diferentes, que nunca pensámos percorrer? Porque será que há perguntas que teimam em não ter resposta. E se o ar já não for tão puro? Afinal, não devemos procurar a reposta para tudo? Talvez não... Há coisas que acontecem porque tem de ser. Os desencontros levam sempre a novas revelações... a novos encontros nem que seja com o nosso Eu. O caminho, inevitável, está traçado. Não vale a pena fugir. Fim da emissão... por hoje. Na montanha, pelo menos, estou mais perto!

Rui Pedro Reis

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