segunda-feira, outubro 20, 2003

Entretenimento Puro

Construir um Ídolo não é fácil. O mercado da Pop exige trabalho. A um ídolo não basta saber cantar. Às vezes, nem é o mais importante. Tem de ser uma combinação de capacidades vocais, personalidade, presença em palco. Em resumo… é preciso muito talento. Na Pop deste início de século o ídolo por excelência chama-se Robbie Williams. O primeiro de dois concertos no Pavilhão Atlântico, em Lisboa é a prova disso mesmo. O músico britânico promete o maior espectáculo do mundo e cumpre o prometido. A entrada em palco é apoteótica… na linha do que se ouve no CD “Live Summer 2003”. Daí para a frente Robbie Williams dá uma lição de palco… em permanente interacção com o público… enquanto percorre uma carreira que faz esquecer os primeiros anos com os Take That. A arrogância inata fica de parte, depois de baixar as calças para delírio das Teenagers “inconcientes”. Robbie mostra-se encantado com o público português e parece ser sincero. Dá uma descasca ao manager por nunca antes ter vindo a Portugal. O próprio pede desculpa e o concerto segue em frente. Mas o momento alto do espectáculo acontece quando Robbie torna um concerto com 16.500 espectadores num recanto intimista. Em “She’s The One” Robbie escolhe um casal na primeira fila e fala com eles. Pergunta-lhes o nome… o Luis e a Ana respondem timidamente. Os ecrãs gigantes revelam o sorriso e a timidez de quem está perante os olhos do mundo, pelo menos daquele. Robbie insiste. Tenta pô-los mais à vontade… mas é difícil. Em meia duzia de minutos Robbie selava um namoro de seis meses e deixava os mais relutantes completamente rendidos. Mesmo quem não costuma aplaudir de pé… deu força às canetas. Quanto ao Luís e à Ana ficaram juntinhos com um blrilhozinho nos olhos. A minha veia jornalística faz com que gostasse de os conhecer. Se um dia derem de caras com este texto… entrem em contacto… contem como foi. Espectáculo continuou rumo aos temas mais em voga. Feel deu um sentimento de união. Mas sería Angles a fechar o concerto. Toda a gente cantou ou gritou consoante a capacidade das cordas vocais. Para o fim… um brinde. Já extra-alinhamento (mesmo) Robbie decide chamar os músicos e repetir a dose. .. enquanto sublinhava que nunca tinha feito aquilo mas tinha adorado cantar o Angels em Lisboa.
O músico cumpriu. O público português também. Ficou toda a gente convencida. Até as teenagers “inconcientes” que me calharam ao lado e que nem devem ter ouvido nada. Saltavam sempre naquele ritmo “escuta” enervante. Foram para casa como tinham ido para o atlântico. Histéricas.

Rui Pedro Reis

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